Objetivo: Comunicar diretrizes provisórias para o manejo com segurança de candidatos a transplante.

Um novo coronavírus de origem zoonótica (chamado SARS-CoV-2) surgiu no início deste ano e sua infecção é chamada doença por coronavírus de 2019 (COVID-19). Ela foi classificada como uma pandemia em 19 de março, com um número crescente de casos em todo o mundo.

Devido à rápida disseminação do COVID-19, um painel de especialistas da Sociedade Europeia de Transplante Ósseo e de Medula (EBMT) recomenda as seguintes diretrizes para unidades de transplante, receptores e doadores de células hematopoiéticas:

1. Os visitantes devem, o quanto possível, restringir-se às áreas/andares de transplante.
2. Transplantes não urgentes devem ser adiados o máximo possível.
3. Minimize o risco com o isolamento domiciliar - Os pacientes agendados para transplante ou terapia com células quiméricas do receptor de antígeno-T (CAR-T) devem tentar minimizar o risco fazendo isolamento domiciliar 14 dias antes do início do condicionamento do transplante. Visitas clínicas não essenciais devem ser evitadas.
4. Testes - Todos os pacientes devem ser testados para SARS-CoV-2 e os resultados do teste devem ser negativos antes do início do condicionamento, independentemente da presença de sintomas respiratórios.
5. Adiamento - Se um candidato a transplante com terapia celular CAR-T planejada tiver COVID-19, o adiamento deve ser de pelo menos três meses. No entanto, isso nem sempre é possível devido ao risco da doença de base. Portanto, em pacientes com doença de alto risco, o transplante de células hematopoiéticas (HCT) deve ser adiado até que o paciente esteja assintomático e tenha dois resultados negativos em PCR para coronavírus com pelo menos uma semana de intervalo (adiamento de pelo menos 14 dias). Em pacientes com doença de baixo risco, é recomendado o adiamento do transplante de células hematopoiéticas por três meses.
6. Monitoramento - Em caso de contato próximo com uma pessoa diagnosticada com COVID-19, nenhum procedimento de transplante (mobilização de células-tronco do sangue periférico, colheita de medula óssea, condicionamento) deve ser realizado por pelo menos 14 dias, preferencialmente 21 dias após o último contato. O paciente deve ser monitorado atentamente quanto à presença de COVID-19, com negatividade confirmada da PCR antes de qualquer procedimento de transplante.

Referência: Coronavirus Disease COVID-19: Recomendações da EBMT: https://www.ebmt.org/sites/default/files/2020-03/EBMT COVID-19 guidelines v.4.3 (2020-03-23).pdf Accessed May 1, 2020